Participam da exposição vinte artistas que desenvolveram trabalhos poéticos ao longo de um ano como parte da natureza, relacionando-se ao plantio de hortas, a permacultura, a bio-construção, o paisagismo, a produção de tintas naturais e a práticas eco-lógicas. O evento é uma grande oportunidade de presenciar como os processos criativos do campo artístico podem contribuir com eco-lógicas contemporâneas. O Atelier Contágio investiga poeticamente as interferências e interações na eco-lógica dos ambientes, paisagens que povoam a terra materialmente e subjetivamente. Ao dedicar-se à experiência de aproximação e refletir sobre as ações que se constituem nessa temporalidade, os artistas pensam no jogo eco-lógico como um modo condicionante, na qual humanos, mas não somente, produzem efeitos, manifestando-se em sua maneira de ser, de se expressar no mundo. Esse projeto de longa duração tem propostas para diversas circunstâncias que partem dessas condições singulares e provocações colaborativas. A visitação pública ao Atelier Contágio inicia com essa mostra antes das chuvas de verão (09/12/17), que seria análogo a um plantio, e após ela, ocorre uma segunda, quando todas as plantas terão se desenvolvido junto aos trabalhos em março, em uma analogia de colheita. (12/05/2018).
Curadoria: Mathias Reis Produção: Luis Martinelli, Mariane Maróstica, Mathias Reis, Paola Demanboro e Raphael Wohnrath Artistas participantes: Alexandre Silveira / Camila Torres / Caio Boteghim / Cecília Stelini / Diana Lanças / Fabiano Carriero / Gabriela Benatti / Gilson Corrêa / Iam Campigotto / João Wesley de Souza / Luis Martinelli / Luiz Cruz / Mateus Stelini / Matheus Alecci / Mathias Reis / Paulo Cheida Sans / Raphael Wohnrath / Seizo Soares / Vitor Nascimento e Maria Nascimento Cartografia |
Trabalhos
Texto Curatorial
Por Mathias Reis
O projeto iniciou-se em 2015 com uma série de ações de plantio em ambientes urbanos em que a biodiversidade fora reduzida consideravelmente, do qual, o segundo espaço tornou-se o Atelier Contágio. Antes de tornar essa motivação em espaços públicos, optou-se por desenvolver técnicas pragmáticas e tecnologias de si, como potenciais nesse laboratório de criação. A investigação poética tem acontecido em coexistência com o plantio de hortas, a permacultura, a bio-construção, a coleta de materiais descartados e ao uso da materialidade própria do ambiente - circunstâncias que levantam questões sobre modos de habitar, e, inevitavelmente interferir. Tratando-se de práticas de criação, não há contornos/limites que distinguem esses processos pois os sentidos estão em constante alternância num limbo vertiginoso, território acionado poeticamente.
Antes de encontrar-se no atual formato, o Atelier Contágio, já vinha recebendo a visita de alguns amigos que desdobraram-se numa série de parcerias que anteciparam e instigaram a organiza-lo como um projeto. Tal colaboração contornou-se de modo autônomo para apresentar/acionar/operacionalizar algumas tentativas de compreender-se junto a natureza, não como um objeto coadjuvante da pesquisa artística ou científica, mas enquanto sujeito que também se cria (autopoieses), se expressa (códigos multi-espécies) e joga na eco-lógica - todo dia há algo novo - uma flor que sinaliza aos polinizadores, as abelhas que em seu movimento sinalizam a outras abelhas que ali há pólen, mesmo código que atrai pássaros predadores - mesmo código, sentidos diversos. O fluxo de vida está em constante transformação e o contágio nas interações entre sujeitos, sejam humanos ou não, potências de transformação da matéria/energia. Nessa possibilidade de repensar o protagonismo humano no ambiente, possibilitam-se devires a partir de construções conjuntas, particularidades que temos experienciado e que configuram outra condição/desafio para o fazer artístico: a priori, não seria possível realizá-los da mesma forma em ambientes e circunstâncias convencionais. Entende-se que esse contexto poderia ser julgado como uma intemperança, mas ele tem sido percebido como potência para os processos de criação - os ritmos do ambiente começam a criar melodias com os projetos.
O projeto iniciou-se em 2015 com uma série de ações de plantio em ambientes urbanos em que a biodiversidade fora reduzida consideravelmente, do qual, o segundo espaço tornou-se o Atelier Contágio. Antes de tornar essa motivação em espaços públicos, optou-se por desenvolver técnicas pragmáticas e tecnologias de si, como potenciais nesse laboratório de criação. A investigação poética tem acontecido em coexistência com o plantio de hortas, a permacultura, a bio-construção, a coleta de materiais descartados e ao uso da materialidade própria do ambiente - circunstâncias que levantam questões sobre modos de habitar, e, inevitavelmente interferir. Tratando-se de práticas de criação, não há contornos/limites que distinguem esses processos pois os sentidos estão em constante alternância num limbo vertiginoso, território acionado poeticamente.
Antes de encontrar-se no atual formato, o Atelier Contágio, já vinha recebendo a visita de alguns amigos que desdobraram-se numa série de parcerias que anteciparam e instigaram a organiza-lo como um projeto. Tal colaboração contornou-se de modo autônomo para apresentar/acionar/operacionalizar algumas tentativas de compreender-se junto a natureza, não como um objeto coadjuvante da pesquisa artística ou científica, mas enquanto sujeito que também se cria (autopoieses), se expressa (códigos multi-espécies) e joga na eco-lógica - todo dia há algo novo - uma flor que sinaliza aos polinizadores, as abelhas que em seu movimento sinalizam a outras abelhas que ali há pólen, mesmo código que atrai pássaros predadores - mesmo código, sentidos diversos. O fluxo de vida está em constante transformação e o contágio nas interações entre sujeitos, sejam humanos ou não, potências de transformação da matéria/energia. Nessa possibilidade de repensar o protagonismo humano no ambiente, possibilitam-se devires a partir de construções conjuntas, particularidades que temos experienciado e que configuram outra condição/desafio para o fazer artístico: a priori, não seria possível realizá-los da mesma forma em ambientes e circunstâncias convencionais. Entende-se que esse contexto poderia ser julgado como uma intemperança, mas ele tem sido percebido como potência para os processos de criação - os ritmos do ambiente começam a criar melodias com os projetos.
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